Reunião entre Prefeitura, Câmara e comerciantes busca soluções conjuntas para população em situação de rua

Nessa segunda-feira (6), representantes da Prefeitura se reuniram com vereadores e representantes do comércio da cidade na Câmara Municipal para tratar da questão das pessoas em situação de rua no município. Também estiveram presentes representantes da Igreja Mevam, que realizam um trabalho de acolhimento no município.
A iniciativa buscou debater os desafios enfrentados por esse público e buscar soluções conjuntas entre o poder público, o Legislativo e a sociedade civil, tanto na área social quanto de segurança.
Panorama e legislação
A diretora da proteção social especial e assistente social do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), Ivana de Barros, apresentou o panorama atual das ações voltadas à população em situação de rua em Itupeva e destacou os marcos legais que amparam esse atendimento, como a Política Nacional para a População em Situação de Rua (Decreto nº 7.053/2009) e a Lei nº 14.821/2024, que institui a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para a População em Situação de Rua.
Ações e atendimentos realizados
Segundo os dados apresentados, 117 pessoas em situação de rua foram atendidas em 2024, com 828 atendimentos realizados pelo CREAS e 141 abordagens sociais. Já no primeiro semestre de 2025, o número chegou a 82 pessoas atendidas, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O trabalho desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Social inclui abordagem social, acolhimento, acesso a benefícios e documentação, encaminhamentos para a rede de saúde e assistência, além de parcerias com outras secretarias, como Esporte e Fundo Social, que colaboram com banhos, kits de higiene e roupas. As abordagens a essas pessoas são feitas regularmente.
Trabalho conjunto
Durante o encontro, vereadores, secretários e comerciantes puderam se manifestar, apresentando situações enfrentadas no cotidiano e discutindo alternativas conjuntas para oferecer atendimento humanizado e medidas que também garantam segurança e bem-estar à população e aos comércios.
É importante reforçar que dar esmolas, alimentos ou objetos indiscriminadamente a pessoas em situação de rua, por mais bem-intencionado que seja, pode dificultar o processo de acolhimento e desencorajar o envolvimento com políticas públicas estruturadas.
Especialistas e gestores em assistência social destacam que essa prática muitas vezes mantém ciclos de dependência e permanência nas ruas, prejudicando o trabalho das equipes de abordagem social que tentam conduzir essas pessoas aos serviços de acolhimento. Por isso, é mais eficaz orientar o auxílio para órgãos e programas oficiais (CREAS, centros de acolhimento, serviços de abordagem social), que têm estrutura para oferecer atendimento integral, acompanhamento e saída sustentável da condição de rua.
Além de Ivana, participaram da reunião os secretários Eliana Alencar (Desenvolvimento Social), Catarina Hass Lopes Di Giovani (Saúde), Luiz Carlos Pires de Campos (Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico), Márcio Mazucato (Governo) e Claudinei Xavier (Comandante da Guarda Civil Municipal). Também esteve presente o assistente social do CREAS, Henrique Peron.
Serviço
O trabalho com a população em situação de rua é contínuo e intersetorial, envolvendo as áreas de desenvolvimento social, saúde e segurança, e tem como foco a superação das vulnerabilidades, o acesso a direitos e a reintegração social.
Atendimento do CREAS:
- Rua Professora Deolinda Silveira de Camargo, 55 – Jardim São Vicente
- (11) 4496-9681 | [email protected]